Folheando o Guia del Ócio, vejo uma referência a este parque que já tinha visto uma parte quando fomos ver o Templo de Debod. Nessa artigo, falavam da beleza da transformação de algumas árvores na estação de Outono e as cores que proporcionam, as que sempre associamos a esta época do ano.
O Retiro continua a retirar protagonismo aos demais, mas o grande bosque que atravessamos neste parque é verdadeiramente impressionante e por mais que o procuremos no primeiro a verdade é que não o encontraremos.
O seu arvoredo, variado e abundante proporciona no Verão uma agradável sombra e um relvado onde se pode ler um bom livro e fazer um piquenique, já o no Outono é um festival de cores. Há uma espécie que sobressai: o Ginkgo! Com as suas folhas em forma de leque, que passam de verdes a amarelas tornam-se a principal estrela do jardim. Começámos o passeio ao parque pela rotunda de São Vicente onde está a Fonte dedicada ao arquitecto Juan de Villanueva (o que desenhou o edificio onde hoje está instalado o Museu do Prado e entrámos pelo Paseo de Camoens.
Na rotunda do Maestro, uma estátua de homenagem a Miguel Hidalgo. Uma curiosa oferta do México a Espanha, já que Hidalgo foi um grande impulsor da Independência Mexicana (apesar de ter sido outro a conquistá-la) e foi executado por defendê-la. Aos seus pés pode ler-se: "Siendo contra los clamores de la naturaleza, el vender de los hombres quedan abolidas las leyes de esclavitud".
Neste momento decidimos entrar nos caminhos sinuosos deste parque de estilo inglês. Entramos no bosque cerrado, onde um pequeno riacho, umas pontes de madeira e várias espécies de árvores garantem o seu encanto.
Enquanto andamos pelo parque custa acreditar que um dia foi um cenário de confrontos na Guerra Civil Espanhola e mesmo com a sua reconstrução algumas marcas (os bunkers) ficaram para não esquecer e não repetir. Passámos pelo monumento ao Doctor Federico Rubio y Gali, um médico espanhol que fundou a Escola Livre de Cirúrgia e Medicina de Sevilha.
Vamos aproximando-nos de Moncloa, o seu farol marca a paisagem por entre o rico arvoredo do parque e um pequeno lago com um repuxo complementa o cenário. A grande estrutura de 100 metros de altura está fechada ao público, creio que continuam as obras mas que estaria previsto reabrir no final deste ano, se assim for quem visita Madrid pode usufruir de uma excelente vista sobe a cidade.
Junto á movimentada estrada, uma das principais artérias para entrar na cidade de Madrid, está o monumento a Jose de San Martin, outro líder da revolução pela independência da Argentina contra Espanha.
E do mesmo parque podemos ver o Arco da Vitória ou a Porta de Moncloa fica na praça com o mesmo nome, é ele que dá as boas vindas á cidade para quem vem do norte de Madrid mas representa também uma época que os espanhóis preferem ignorar uma vez que foi Franco que o mandou construir em 1956.
Voltámos a descer até ao nosso ponto de partida, pelo caminho mais importantes figuras da história de Espanha e da sua cultura. Outra dessas figuras é a de José Gervásio Artigas, um importante militar uruguaio que lutou contra os espanhóis. Pareceu-nos bastante admirável que em Madrid, a capital se faça homenagem a figuras que lutaram pela independência contra Espanha.
Continuamos o nosso percurso, a festa do Outono continua com as gingko, as hayas e as bétulas.
Nova paragem, desta vez um monumento a Miguel Hernández, um conhecido poeta espanhol. Nele está um excerto seu de um poema dedicado á cidade. No final uma paragem no parque infantil. Muito ficou por visitar neste parque ainda mas oportunidades não faltaram, a zona da "rosaleda" merece uma visita na Primavera quando as flores estão na sua época de maior esplendor.
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Gosto muito de Madrid, sem dúvida uma bela cidade!
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